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Kamila Pitombeira
02/08/2011
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A evolução dos estudos genéticos tem auxiliado muito os produtores rurais a escolherem bovinos de qualidade e que estejam mais propensos a alcançar maiores produtividades. Mas existem diversos outros fatores que podem interferir nesses resultados. Na produção de gado leiteiro, por exemplo, cuidados com higiene e nutrição são fundamentais e devem estar aliados à genética para se chegar a altas produtividades. Segundo Reinaldo Carlos Figueiredo, proprietário da Fazenda Figueiredo e um dos palestrantes do Interleite 2011, que aconteceu no dia 6 de julho, em Uberlândia (MG), hoje no país, para se alcançar alta produtividade, é preciso buscar a tecnologia genética que está à disposição do produtor e criador.
— No nosso caso, como criadores de gado, nada mais justo que a gente dar manejo, nutrição, meio e condições, tanto físicas como de mão-de-obra, para se trabalhar e ter alta produtividade. Um ponto a mais é a vaca geneticamente melhor, que está entrando com esse material para fazer com que todas essas outras engrenagens manifestem o potencial do indivíduo em relação à produtividade de leite — afirma ele.
Para o proprietário, o manejo é ainda mais importante que a genética. Isso porque, de acordo com ele, a boa genética só será manifestada se o produtor der condições para que ela se manifeste através do bom manejo.
— Esse cuidado começa desde o nascimento da bezerra. Uma bezerra bem desenvolvida, que teve sua nutrição e seu crescimento dentro do esperado da raça, terá mais probabilidade de chegar ao potencial genético que tem. Primeiro, deve ser feito um bom parto. Depois disso, vem a nutrição e um bom balanceamento da alimentação dessa vaca, prevenindo qualquer tipo de acidose metabólica ou algum tipo de disfunção que possa levar essa vaca a uma produção muito exagerada — orienta Figueiredo.
Além disso, o proprietário chama atenção para uma boa instalação e uma ordenha equilibrada, evitando assim qualquer tipo de dano físico ao animal. Já quando o assunto é a ordenha, ele conta que um dos principais cuidados é com a limpeza.
— Hoje, na Fazenda Figueiredo, todos os funcionários usam luvas para tocar na vaca. Então, a pele humana não deve estar em contato com a pele da vaca, pois pode transmitir doenças. Além disso, devem ser tomados todos os cuidados com a limpeza de todos os produtos como o fabricante das máquinas determina. Aqui na fazenda, também fazemos diversos monitoramentos, por exemplo, para o controle da mastite, que é o principal causador de doenças da glândula mamária. Hoje, a fazenda apresenta 33,92L de leite por vaca ao ano — diz ele.
Ainda segundo o proprietário, o Brasil tem um potencial muito grande para vários tipos de produtor de leite e vários tipos de extração, seja ele gado a pasto, semi-confinado ou ainda um gado confinado. Ele afirma que todos esses modelos são eficientes desde que o criador esteja focado no que está fazendo.
— Existem algumas pessoas que estão em um sistema e querem copiar modelos de outros e uma coisa deve ser bem clara: se eu mexo com gado confinado, automaticamente tenho que ter uma alta produção por vaca. Logicamente, meu capital mobilizado é um pouco maior. Não podemos levar isso para um gado a pasto, que muitas vezes é um gado menos produtivo, o que pode trazer um possível prejuízo — explica.
Figueiredo conclui a entrevista orientando os produtores rurais para a questão da família das vacas. De acordo com ele, para garantir se uma bezerra será boa ou não, o produtor deve saber como era a produção da mãe, da avó ou da tataravó dessa bezerra.
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